Ao
ler o livro “O Fio das Missangas”, de Mia Couto, percebe-se claramente uma
crítica à sociedade machista, abordando o papel e a influência da mulher. O
livro apresenta 29 contos, no qual destacaremos o conto “As três irmãs”, que
mostra o cotidiano de três irmãs que tiveram o destino traçado por seu pai após
a perda de sua esposa.
Quando
a esposa de Rosaldo morreu, este resolveu se isolar de todo o mundo, carregando
consigo suas três filhas, cada qual para suprir uma necessidade: saudade, frio
e fome. Assim, selava o destino de suas filhas, porque a mulher não tem grande
influência na sociedade, talvez fictícia do livro.
Ambas
as filhas tinham dons maravilhosos, mas pouco aproveitados e valorizados porque
estas já tinham perdido a alegria de viver. Mas quando a vida lhes resolve dar
uma segunda chance, mais uma vez a grande influência do homem proveniente de
uma sociedade machista acaba de vez por tirar o ânimo delas.
Para
demonstrar seu ponto de vista o autor utiliza muitas figuras de linguagem,
principalmente prosopopeia (ou personificação), perceptível em alguns trechos
como “sotaque de outros pensamentos”, “brava natureza”, “impuros matos” e “gota
engravidar”. Assim como comparação “[…] E foi como se a terra”, “[…] sobre o
forno como a parteira” e sinestesia “borbulhar do sangue”.
O
dialeto do autor é o português de Moçambique e por isso o texto possui algumas
palavras escritas de forma diferente, como “húmido” e “tónicas”, mas pode-se
entender claramente o texto.
Um
dos jeitos mais utilizados para se criticar a sociedade é por meio das artes.
Nesse caso, o autor valeu-se da literatura, um meio pacífico. Atualmente, a
mulher já possui grande influência sobre a sociedade, sendo algumas delas,
detentoras de cargos extremamente importantes.
A
sociedade está mudando. Cabe a nós agora, desenvolver nossa mentalidade para
que não haja mais preconceito em relação aos sexos.